🕒 Publicado às 18h20 — Por Junior Martins, para O Diário de Notícias
Ressuscitar um clássico da televisão como o Aqui Agora não é tarefa simples. Ícone do jornalismo popular dos anos 90, o programa marcou época com sua linguagem direta e abordagem crua da realidade. Tentar repetir essa fórmula em pleno 2025 poderia ser um risco — ou uma armadilha. Mas o SBT encontrou uma saída inteligente: ao invés de copiar o passado, apostou em renovação. E é aí que entra a dupla Dani Brandi e Marco Pagetti.
Desde a estreia, a química entre os dois âncoras é nítida. Dani Brandi entrega a sobriedade e a credibilidade exigidas de um telejornal que pretende ser sério, ainda que popular. Ela encara o desafio com firmeza, transmitindo segurança sem perder a empatia. Marco Pagetti, por sua vez, traz um ritmo mais leve e envolvente, típico de quem conhece a agilidade do rádio. Juntos, criam um equilíbrio que funciona: ela ancora, ele conecta.
Mais do que talento individual, o maior acerto está na harmonia. Brandi e Pagetti não tentam se tornar os “novos” Wagner Montes ou Christina Rocha. Eles respeitam a história do programa, mas não se acorrentam a ela. Entendem que o público de hoje busca emoção e verdade, mas também exige clareza, ética e um olhar humano sobre os fatos. E é justamente nesse ponto que a nova fase do Aqui Agora se diferencia — e se destaca.
Outro movimento estratégico foi a inserção de nomes populares, como Geraldo Luís, agora como “reforço especial”, e Rita Cadillac, que surpreende ao assumir o papel de comentarista. Essas escolhas escancaram o desejo do SBT de misturar jornalismo e entretenimento, criando um produto híbrido que dialoga com a tradição da emissora e as demandas do público atual.
Se o Aqui Agora de outrora gritava manchetes, o de hoje sussurra verdades com mais cuidado. A emoção continua, mas há um filtro de responsabilidade. Não há mais espaço para o sensacionalismo barato. E isso se deve, em grande parte, à postura dos novos âncoras.
Dani Brandi e Marco Pagetti são a face de uma reinvenção consciente. Provam que é possível fazer jornalismo popular sem apelar, emocionar sem manipular, informar com respeito. O SBT, ao confiar essa missão a uma nova geração, não apenas revive um clássico — ele cria um novo capítulo.
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