TV segue líder absoluta no Reino Unido em 2025

Publicado em 03 de setembro, às 10h, Por Junior Martins- Direto da Redação

Os dados mais recentes sobre o consumo de mídia no Reino Unido, referentes a abril de 2025, mostram um cenário que desafia a percepção de muitos analistas: a televisão linear continua líder absoluta no mercado. Segundo os levantamentos, 77% do consumo de TV comercial ainda se concentra em canais que seguem grade de programação, o que inclui tanto a TV aberta quanto a TV paga.

Esse número evidencia a força da televisão como meio de massa, capaz de atingir públicos de diferentes perfis, idades e regiões. Enquanto plataformas de streaming e serviços on-demand ganham cada vez mais atenção, o tradicional modelo de programação diária permanece como a escolha predominante do público britânico.

TV linear: um meio que resiste às mudanças digitais

Quando se fala em televisão linear, refere-se a canais que seguem uma grade de programação definida, transmitindo conteúdos em horários específicos. É esse modelo que garante o contato em tempo real com programas de notícias, entretenimento, esportes e reality shows.

Apesar de uma narrativa crescente sobre o declínio da TV frente à internet e aos serviços de streaming, os números desmentem essa visão. O consumo linear ainda domina, especialmente em horários de pico, quando milhões de telespectadores se conectam simultaneamente aos mesmos conteúdos.

A TV, portanto, mantém uma vantagem estratégica que os serviços digitais ainda não conseguem replicar: a capacidade de gerar eventos compartilhados, momentos culturais comuns e debates coletivos que atravessam diferentes classes sociais e regiões do país.

O papel da TV aberta e paga

A divisão entre TV aberta e TV paga no Reino Unido mostra que ambos os segmentos continuam relevantes. A TV aberta, tradicionalmente gratuita, garante alcance massivo, atingindo públicos que buscam entretenimento, notícias e esportes sem custos adicionais. Já a TV paga oferece pacotes mais segmentados, canais especializados e conteúdos premium, mantendo assinantes fiéis e atraindo nichos específicos.

Essa combinação mantém o mercado televisivo saudável e diversificado, provando que não há uma “extinção” da televisão, mas sim uma adaptação às novas demandas do público. A presença simultânea da TV aberta e paga garante flexibilidade, variedade e inovação, fortalecendo o setor como um todo.

Por que a TV continua relevante

Há vários fatores que explicam a força contínua da TV linear:

  • Experiência compartilhada: programas de grande audiência geram conversas coletivas, memes e debates nas redes sociais, criando uma cultura de engajamento difícil de replicar exclusivamente em plataformas on-demand.
  • Confiabilidade da informação: a televisão é, historicamente, uma fonte de notícias confiável e estruturada. A programação ao vivo permite cobertura imediata de acontecimentos, com credibilidade que poucos meios digitais conseguem igualar.
  • Cobertura nacional: canais lineares atingem públicos em todo o território, inclusive regiões com menor acesso à internet de alta velocidade, garantindo inclusão digital e acesso à informação.
  • Eventos ao vivo e esportes: transmissões de esportes, premiações e eventos especiais ainda são grandes atrativos que mantêm a TV como referência em tempo real.

A televisão em números

O levantamento recente mostra que mais de três quartos do consumo de TV comercial no Reino Unido permanece concentrado na programação linear. Isso representa não apenas hábitos consolidados, mas também o poder de atração da TV para anunciantes, que continuam a investir fortemente em campanhas para atingir audiências amplas e segmentadas ao mesmo tempo.

Além disso, o cenário aponta para uma resiliência do setor frente à concorrência digital. Enquanto plataformas de streaming registram crescimento, elas ainda dependem da televisão como referência para tendências, lançamento de conteúdos e geração de buzz. Em outras palavras, a TV linear ainda dita o ritmo da cultura popular.

Desafios e oportunidades

Embora a televisão continue dominante, o setor enfrenta desafios importantes. O avanço de serviços on-demand exige inovação constante, investimento em tecnologia e adaptação às preferências do público mais jovem, que consome cada vez mais conteúdo em dispositivos móveis e por demanda.

No entanto, essas mudanças também representam oportunidades. Canais lineares podem explorar estratégias híbridas, como aplicativos complementares, conteúdos interativos e integração com redes sociais, criando uma experiência mais rica e conectada. Essa abordagem mantém a TV competitiva e relevante, sem perder sua essência de meio de massa.

Conclusão

Os dados de abril de 2025 reforçam uma realidade clara: a televisão linear não apenas resiste, como segue líder no Reino Unido. Com 77% do consumo concentrado nesse formato, a TV demonstra força, relevância e capacidade de adaptação.

Enquanto muitos falam em declínio ou substituição por plataformas digitais, os números provam que a televisão continua sendo um meio essencial de comunicação, entretenimento e informação. O futuro do setor dependerá da habilidade de inovar sem perder a força histórica da programação linear, garantindo que a TV siga presente na vida das pessoas como um ponto de referência cultural e social.

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